A telemedicina e telessaúde estão ligadas diretamente a evolução dos computadores. A Organização Mundial da Saúde sugere que não existe um conceito definitivo de telemedicina – seria, de um modo amplo, a utilização de tecnologia da informação para diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças, pesquisas, avaliações e processos de educação continuada, com o objetivo permanente de melhorar a saúde das pessoas e das comunidades.
No bojo das transformações dos anos 2000, vemos a criação do projeto RUTE (Rede Universitária de Telemedicina), como uma continuidade do Programa Nacional de Telessaúde. A RUTE é iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e pela Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue), coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Seus objetivos principais são: o aprimoramento de projetos em telessaúde e telemedicina e o incentivo ao trabalho interinstitucional.
O projeto permite a utilização de aplicativos que demandam mais recursos de rede e compartilhamento dos dados e leva os serviços desenvolvidos nos hospitais universitários do país a profissionais que se encontram em cidades distantes, por meio do compartilhamento de arquivos de prontuários, consultas, exames e segunda opinião. Atualmente a RUTE conta com 122 núcleos de Telemedicina e Telessaúde – a maioria deles vinculados a universidades -, sendo seis núcleos vinculados a UFRJ.
São significativos os impactos científicos, tecnológicos, econômicos e sociais para os serviços médicos já existentes, permitindo a adoção de medidas simples e de baixo custo, como a implantação de sistemas de análise de imagens médicas com diagnósticos remotos, que pode contribuir muito para diminuir a carência de especialistas, além de proporcionar treinamento e capacitação de profissionais da área da saúde sem deslocamento para os centros de referência.
Através do projeto RUTE, é fornecida a infraestrutura de comunicação, bem como equipamentos de informática e comunicação para os grupos envolvidos. O investimento promove a integração interinstitucional, além de estimular a descoberta de novos usos para a tecnologia – na assistência, no ensino, na pesquisa e extensão. O uso da tecnologia encurta distâncias e gera economia de recursos, uma vez que pacientes, por exemplo, podem ser atendidos em áreas remotas sem o custo do transporte para grandes centros. Isso torna a telemedicina uma saída eficiente para problemas como a falta de profissionais de saúde, principalmente de especialistas, em um país de dimensões continentais, como o Brasil.